Lembrar Abril - parte I
E por que não lembrar Março também?
A 16 de Março de 1974 houve uma tentativa de golpe militar contra o regime. Só o Regimento de Infantaria 5 das Caldas da Rainha tentou marchar sobre Lisboa. O golpe falhou e cerca de 200 militares foram presos. A saída em falso do Regimento das Caldas da Rainha constituiu o ensaio militar do dia 25 de Abril.
Ou seja, a Revolução podia ter acontecido um mês antes e hoje o Dia da Liberdade seria comemorado a 16 de Março.
Mas a Revolução deu-se a 25 de Abril de 1974, quando a difusão das canções E Depois do Adeus, na véspera, e Grândola Vila Morena, no próprio dia 25, deu o mote para o início das operações. Pelas 3 horas da manhã saiu da Escola Prática de Cavalaria da Pontinha uma força de 231 homens comandados por Salgueiro Maia com destino ao Terreiro do Paço.
Entretanto, aos microfones do Rádio Clube Português ocupado, Joaquim Furtado lê os comunicados do MFA à população:
Aqui posto de comando do Movimento das Forças Armadas. As Forças Armadas portuguesas apelam para todos os habitantes da cidade de Lisboa no sentido de recolherem a suas casas, nas quais se devem conservar com a máxima calma. Esperamos sinceramente que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal para o que apelamos para o bom senso dos comandos das forças militarizadas no sentido de serem evitados quaisquer confrontos com as Forças Armadas. Tal confronto, além de desnecessário, só poderá conduzir a sérios prejuízos individuais que enlutariam e criariam divisões entre os portugueses, o que há que evitar a todo o custo. Não obstante a expressa preocupação de não fazer correr a mínima gota de sangue de qualquer português, apelamos para o espírito cívico e profissional da classe médica, esperando a sua acorrência aos Hospitais a fim de prestar a sua eventual colaboração que se deseja, sinceramente desnecessária.
E teria sido mesmo desnecessária, não fosse a polícia política (que desde que Marcelo Caetano assumira o poder passou a chamar-se DGS - DIrecção Geral de Segurança -, em vez de PIDE - Polícia Internacional de Defesa do Estado) provocar as únicas vítimas da Revolução ao disparar sobre a multidão aglomerada ao redor da sua sede. Quatro mortos e dezenas de feridos é o balanço. A rendição só seria obtida no dia seguinte.
Contrariando os pedidos do MFA, o povo saiu à rua para receber a Liberdade de braços abertos, entoando cânticos de alegria e felicitando o golpe. Era a prova da convergência de vontades entre o povo e as forças militares.
A 16 de Março de 1974 houve uma tentativa de golpe militar contra o regime. Só o Regimento de Infantaria 5 das Caldas da Rainha tentou marchar sobre Lisboa. O golpe falhou e cerca de 200 militares foram presos. A saída em falso do Regimento das Caldas da Rainha constituiu o ensaio militar do dia 25 de Abril.
Ou seja, a Revolução podia ter acontecido um mês antes e hoje o Dia da Liberdade seria comemorado a 16 de Março.
Mas a Revolução deu-se a 25 de Abril de 1974, quando a difusão das canções E Depois do Adeus, na véspera, e Grândola Vila Morena, no próprio dia 25, deu o mote para o início das operações. Pelas 3 horas da manhã saiu da Escola Prática de Cavalaria da Pontinha uma força de 231 homens comandados por Salgueiro Maia com destino ao Terreiro do Paço.
Entretanto, aos microfones do Rádio Clube Português ocupado, Joaquim Furtado lê os comunicados do MFA à população:
Aqui posto de comando do Movimento das Forças Armadas. As Forças Armadas portuguesas apelam para todos os habitantes da cidade de Lisboa no sentido de recolherem a suas casas, nas quais se devem conservar com a máxima calma. Esperamos sinceramente que a gravidade da hora que vivemos não seja tristemente assinalada por qualquer acidente pessoal para o que apelamos para o bom senso dos comandos das forças militarizadas no sentido de serem evitados quaisquer confrontos com as Forças Armadas. Tal confronto, além de desnecessário, só poderá conduzir a sérios prejuízos individuais que enlutariam e criariam divisões entre os portugueses, o que há que evitar a todo o custo. Não obstante a expressa preocupação de não fazer correr a mínima gota de sangue de qualquer português, apelamos para o espírito cívico e profissional da classe médica, esperando a sua acorrência aos Hospitais a fim de prestar a sua eventual colaboração que se deseja, sinceramente desnecessária.
E teria sido mesmo desnecessária, não fosse a polícia política (que desde que Marcelo Caetano assumira o poder passou a chamar-se DGS - DIrecção Geral de Segurança -, em vez de PIDE - Polícia Internacional de Defesa do Estado) provocar as únicas vítimas da Revolução ao disparar sobre a multidão aglomerada ao redor da sua sede. Quatro mortos e dezenas de feridos é o balanço. A rendição só seria obtida no dia seguinte.
Contrariando os pedidos do MFA, o povo saiu à rua para receber a Liberdade de braços abertos, entoando cânticos de alegria e felicitando o golpe. Era a prova da convergência de vontades entre o povo e as forças militares.
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