Os pêssegos são oriundos da China

Fiz uma pesquisa na net com a palavra “pêssegos” e foi isto que apareceu…


Por Toupeira

Há coisas muito estranhas. Baralhos de cartas com gajas nuas. Mas quem teve esta ideia? Imagino uma dama de copas nas páginas centrais da Playboy. Ou um cavaleiro de paus na capa da Playgirl. Imagino nos títulos qualquer coisa do tipo "o tamanho do naipe não importa" ou "descubra os trunfos da sedução". Um baralho de cartas com gajas nuas é tão útil como ter pneus azul-turquesa.
Há coisas muito estranhas. Couves-de-bruxelas. Diz que o nome vem do facto de as ditas couves serem originárias da zona de Bruxelas. Se fosse um vinho, tudo bem, a origem é importante. Se fosse um queijo, não acharia mal, os processos de fabrico poderiam ser únicos daquela zona. Agora, uma couve? Quantos apreciadores de couves existirão no mundo? Existirão feiras de degustação de couves? Ah, esta couve foi elaborada usando mijo de belgas após terem bebido um litro de cerveja da Flandres, atribuindo-lhe este complexo aroma, com notas de sífilis e latex. Acho ridículo e pronto! Já não acharia ridículo se fosse para designar indivíduos como Durão Barroso, Miguel Portas ou Edite Estrela por motivos que me parecem evidentes. Claramente evidentes.
Há coisas muito estranhas. Um carro utilitário. Mas o que é isto? Os carros só servem para uma única coisa. Pronto, para duas. Para nos movermos de um lado para o outro e para coiso e tal. Um carro utilitário seria um carro que levasse os putos à escola sozinho, para que pudesse dormir mais uma hora, arranjaria desculpas para quando eu chegasse tarde a casa ou serviria de método contraceptivo. O carro mais utilitário do Universo cozinha, paga as contas, apara a relva do jardim, é licenciado em Medicina, Mecânica Automóvel, Bricolage e no porta bagagens tem um duplex com sistema de vídeo-segurança interna e um bar-discoteca no piso térreo. E jamais teria pneus azul-turquesa.
Há coisas muito estranhas. Porque é que toda a gente já quis ser um agente secreto? Pelo menos ainda hoje me apanho a realizar o filme 008 - Toupeira, Agente Irresistível. O enredo é qualquer coisa assim:
Em Bruxelas, três couves eurodeputadas foram brutalmente assassinadas num drive by shooting. Testemunhas viram três pêssegos, totalizando meio kg, dentro do automóvel mais utilitário do Universo. Teria chamado à atenção o azul-turquesa dos pneus. Seguindo as pistas, Toupeira, Agente Irresistível, consegue entrar no bar do dito automóvel. Logo à entrada, uma festa gay onde os foliões Santana Lopes, José Sócrates e Paulo Portas esgotam um pacote de serpentinas entre si e, mais tarde, esgotam só o pacote. Toupeira, Agente Irresistível, atravessa o dance floor a correr, de olhos fechados a gritar pela mãe. Mais calmo, dirige-se ao bar onde toma um shot de um litro de cerveja da Flandres. Repara, através da janela existente atrás do bar, em três pêssegos. Sem demoras, parte a janela e, de descaroçador em punho, surpreende os pêssegos malfeitores a jogar com um baralho de gajas nuas de onde sobressai a carta em que a Dama de Copas brinca com o naipe do Cavaleiro de Paus. No meio disto tudo ainda houve tempo para conhecer a donzela Marta e coiso e tal. À saída do porta-bagagens, no patamar das escadas, os jornalistas aguardam por ele enquanto domina os pêssegos com o descaroçador numa mão e a já não tão donzela Marta na outra. "Inveja. Os pêssegos tinham inveja das couves. Ninguém sabe que os pêssegos são oriundos da China, mas todos sabem de onde vêm as couves-de-bruxelas..."
Há coisas muito estranhas.
Uma delas sou eu.