Francesco Hayez
Isto de haver um dia dos namorados é, na minha humilde e singela opinião, uma parolice. Irrita-me que o dia de S. Valentim seja uma americanice e mais me chateia que haja um consumismo desenfreado à volta desta data. Ainda por cima, todo o alarido que se faz à volta do dia 14 de Fevereiro deixa qualquer solteiro na merda por não contar para as estatísticas da afluência a floristas, restaurantes (e as tascas, coitadinhas? São a melhor opção para quem quer jantar sossegado neste dia) e lojas de peluches, nem para as do tráfego de mensagens escritas das operadoras de telecomunicações móveis. E os tipos que têm mulher e amante (ou as que têm marido e amante, vá…), como é que fazem? Levam flores à mulher (ou ao marido, pronto…) e depois fogem para uma reunião? Mas quem é que marca reuniões para a noite de 14 de Fevereiro? Ninguém! Depois, há também aquele sentimento de “obrigação”, que me é claramente exterior ou a uma eventual relação que possa ter, que faz com que me sinta anormal por não me lembrar sequer que a data existe ou por não querer comemorá-la. Posto isto, o Natal é mais ou menos a mesma coisa, mas desse não posso fugir, sob pena de ser deserdada.
Por outro lado, quando uma pessoa anda feliz e contente, é inevitável pensar em celebrar o que sente. E quando digo celebrar não falo em desatar a oferecer flores e ursinhos, jantar fora com mais 328 casais ou ir aos pastéis de Belém. O que quero dizer é que há celebrações interiores que podem ser feitas. De nós para nós, para ele ou para ela, sempre de dentro para fora. E estas são as minhas comemorações favoritas e que, ainda por cima, podem ser feitas em qualquer sítio e em qualquer circunstância. É para festejar o amor? Acho que todos os pretextos para o fazer são bons, até um dia de S. Valentim, sob este prisma, me parece maravilhoso. Mas abaixo ir passear para Sintra com balões em forma de coração!