De acordo com um comunicado lido ontem à noite na televisão cubana,
Fidel Castro sofreu uma crise intestinal com sangramento que o obrigou a ser submetido a uma "complicada operação cirúrgica".
O comunicado - que terá sido escrito à mão e assinado pelo próprio Castro –foi lido pelo seu secretário particular, Carlos Manuel Valenciaga: "Dias e noites de trabalho contínuo sem dormir fizeram com que a minha saúde, que resiste a todas as provas, tenha sido submetida a um stress extremo. Isso provocou-me uma crise intestinal com sangramentos importantes, que me obrigou a enfrentar uma operação cirúrgica complexa".
"A operação obriga-me a conservar o repouso durante várias semanas, afastado das minhas responsabilidades e dos meus cargos", acrescentou o Presidente de Cuba.
Foi a primeira vez na história da revolução cubana que Fidel Castro delegou os seus poderes, ainda que com carácter provisório. De acordo com a Constituição Cubana, Raul Castro é o seu sucessor legal. Os restantes cargos foram delegados noutros membros do Governo e do gabinete político do Partido Comunista de Cuba.
> Cubanos exilados em Miami festejam a delegação de poderesNas ruas de Miami, nos Estados Unidos, os exilados cubanos receberam a notícia da doença do líder com manifestações de regozijo. As agências noticiosas descrevem cenários com centenas de pessoas nas ruas, a bater em tachos e panelas e a buzinar, no bairro de Little Havana, para celebrar o facto de Fidel Castro ter delegado o seu poder.
Por entre bandeiras com frases como "Viva Cuba Libre", o líder da oposição anti-castrista em Miami, Ninoska Perez, disse à AFP que acredita que Fidel Castro se encontra em estado grave e que, no seu entender, a morte do Presidente "seria o melhor que poderia acontecer a Cuba".